Sunday, February 13, 2005

Educar para o Optimismo

livro


“Falta-nos cada vez mais oxigénio para aguentarmos os nossos mergulhos diários na vida. Escassas são as coisas que nos sabem bem, raramente nos debruçamos sobre o bom e o positivo da vida, pouco partilhamos as vitórias. Essas parecem não chamar hoje a atenção de ninguém, não terem impacte nem venda. Basta repararmos nas mensagens que nos chegam da comunicação social para vermos infinitas razões para desânimo.
Se não andarmos felizes, como poderemos transmitir e ensinar aos outros alegria e vontade de viver? Como conseguiremos acreditar, e levar os outros a acreditar, que o que aí vem, no futuro, será melhor? De que forma passaremos a ideia de que é bom crescer e vale a pena ser adulto?
Por tudo isto nós professores e pais, sentimos interiormente a necessidade de iniciar uma nova era em que se respire positividade e êxito, se construam e se partilhem histórias bem conseguidas, e se criem maneiras de cada um se embrenhar nos pequenos-grandes sucessos de cada dia ao mesmo ritmo compulsivo com que hoje se afunda nas impossibilidades.
Mais do que um destino, o optimismo é uma doce e entusiasmada forma de viagem. Pelo optimismo podemos chegar a uma maior vontade de viver, a uma melhor saúde, e a maior estabilidade emocional. “
– frases retiradas do livro supra -
Tenho este tema muito a peito.
Venho de uma família dita “normalissima” e fui educada como os meus pais souberam fazê-lo. Fizeram um bom trabalho acho eu. Todavia sou de uma geração em que mal se sabia o que era liberdade, quanto mais “psicologia positiva”! Penso que nos faltou – a muitos – uma sincera vontade de transmitir aos filhos o quanto a vida pode ser boa. Simplesmente não nos ensinaram a ser felizes.
Que vale realmente a pena acreditar, ajudar, investir, dar. O fio de prumo da educação de hoje é tão constrangedor! “ Não mexas aí!” “ Está quieto!”. Para além disso as crianças já não correm ou brincam à porta de casa e andam de mão dada bem apertadinha de casa para a escola e da escola para casa. A entrega, o risco, cair e levantar-se de novo, aprender. A televisão – A Televisão!- a competitividade, o stress, um sistema com o qual nós pais nem concordamos, não nos ajudam a transmitir penso eu um conceito positivo da vida. No fundo, o conceito de ser feliz. Apenas a obrigação, a gestão da dor – “não se chora”, “não lhes dês parte fraca”... – a responsabilidade, o cumprimento, as regras.
E o resto ? A nossa parte humana, que é o melhor que temos? O soltar uma gargalhada – hoje quase inconveniente-, a dedicação quando se pergunta a alguém como vai sem ser apenas por hábito, olhar nos olhos os outros, enfrentar os medos, exorcizar os nossos fantasminhas. Correr o risco de ser frontal. Não se render ao sistema. Ser combativo, sem ser conflituoso, com confiança. E sobretudo ser feliz por dentro sem resgatar a felicidade na compra do último telemóvel, no carro de última geração, na casa para mostrar aos amigos e por aí fora. Assusta-me o vazio desta última geração. Sem objectivos. Sem lutas ou princípios por que lutar. Apenas um relativo conforto material.
A deixar alguma coisa ao meu filho, gostaria de lhe deixar isso: o valor de uma qualidade de vida interiormente forte. Uma atitude. Um conceito positivo da vida e dos outros.
Como fazê-lo?
Este livro é um bom contributo. Desde logo porque fala nisso. Não é básico mas é muitíssimo acessível. Não tem receitas mágicas mas pequenos truques e exercícios que nos fazem reflectir e adoptar passo a passo uma atitude diferente. Basta às vezes ao virar costas ao nosso filho na escola, piscarmos o olho e pormos o polegar bem levantado para cima em sinal de “boa sorte”, “força”, “és um valente”!
Kristosha

2 Comments:

Blogger pin gente said...

é o que faço com os meus 3. "tu consegues" ou "vale mais querer que puder"
por vezes a minha "retórica" perde-se por aí, as solicitações são muita, mas também não desisto...
enquanto cá estiver pondem contar comigo.
um abraço
gostei do seu blog, voltarei

3:35 AM  
Blogger Maria João said...

... já percebi porque raio, mesmo no meio de tanta, tanta complicação, consigo rir, sozinha, mas sobretudo com eles!
Deve andar aqui algum genes dos bisavós... ou ainda um mais remoto!
Já está decidida a leitura de verão!!
Um beijinho, que já tinha saudades de cá passar!

10:56 AM  

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