Friday, March 18, 2005

Cogumelo do Sol

Ao arrumar alguns documentos encontrei este, vou colocá-lo aqui porque nunca se sabe se pode ajudar alguém, não me lembro da fonte mas irei pesquisar e assim que encontrar coloco aqui.
De salientar que procurei em todas as ervanárias e nunca consegui comprar os referidos cogumelos.... comprei uns semelhantes no celeiro...
O Agaricus sylvaticus aumenta o número de células Natural Killer em pacientes com câncer
Jorge Gennari , Marcelo Gennari e José de Felippe Junior

Introdução
O documento mais antigo sobre os cogumelos como agente medicinal vem da Índia, 3000 anos antes de Cristo. Na China os efeitos benéficos de várias espécies de cogumelos foram compiladas no " Shen Nong Ben Cao Jing" uma espécie de matéria médica escrita entre 200 AC e 200 DC.(7-12)Atribui-se aos cogumelos propriedades antivirais, antibióticas, antiinflamatórias, hipoglicêmicas e antihipertensivas, porém o efeito mais interessante é o antitumoral. Estamos em um momento da historia onde jamais foram tão estudadas as relações entre a diminuição de função do sistema imune e o início do câncer.
Durante a evolução de uma neoplasia maligna, a imunodepressão já existente pode se intensificar em decorrência da própria doença ou pela utilização de terapias agressivas como cirurgias radicais, radioterapia e quimioterapia, atualmente usadas com sucesso relativo dentre o escasso arsenal terapêutico existente. Esta íntima correlação entre a deficiência imunológica e a gravidade da doença é demonstrada em clínica através do estudo dos linfócitos T e B, mais especificamente pelas células CD-4, CD-8 e principalmente pelas células "Natural Killer" (CD-56). As células NK apresentam granulações em seu citoplasma, as perforinas, com poder de destruição de células neoplásicas de uma maneira inespecífica. Vários trabalhos têm demonstrado que o maior número destas células melhora significantemente o prognóstico dos portadores de neoplasias malignas.(5-6)Importantes universidades de vários locais do mundo têm demonstrado a importância do papel do sistema imunológico no controle do câncer. A imunoterapia é considerada uma arma promissora contra as neoplasias quando em associação com os tratamentos convencionais.O objetivo de nossa pesquisa é determinar se o Agaricus sylvaticus (Cogumelo do Sol) aumenta o número de células NK, em pacientes com câncer.
Pacientes e Métodos
Foram estudados 70 pacientes com neoplasia maligna, 50 deles do sexo feminino, com idade variando de 18 a 78 anos ,com média de 52,8.Todos os pacientes tiveram o diagnóstico comprovado por exame anátomo-patológico e a imunofenotipagem das células NK foi realizada por citometria de fluxo antes e depois da administração do Agaricus.Quanto aos tumores primitivos, 48 eram carcinomas(35 de mama e o restante miscelânea); 17 eram adenocarcinomas ( 4 de próstata, 3 de ovário, 3 de útero, 3 de estômago e 1 de pâncreas) ; 2 eram leiomiomas, 1 era seminoma e 1 era o tumor de Ewing.
Dentre os 70 pacientes, 43 ou 61,5% eram portadores de metástases em um ou mais orgãos: gânglios: 11, pulmão: 10, fígado: 8, ossos: 8 e em outros locais. Administrou-se o Agaricus sylvaticus, diariamente, na dose de 1,6g, 4 vezes ao dia. Utilizou-se a infusão a 100oC do pó do cogumelo ou os comprimidos feitos a partir da infusão ou o extrato obtido em temperatura de 138oC.
Resultados
Dos 70 pacientes que usaram o cogumelo, notamos um aumento das células NK em 53 deles ou 75,7%. No início as células NK que eram em média de 183 + / - 111 apresentaram uma elevação de 52% , atingindo valores de 276 +/- 155, em um período de tratamento de 148 +/- 138 dias, resultado altamente significante ( p< 0,02). Notamos este grande aumento das células NK apesar de 43 pacientes (81,1%) estarem recebendo ativamente radioterapia e ou quimioterapia. Em 17 pacientes não houve a resposta esperada. Um deles manteve o mesmo número de células NK e em 16, houve uma queda de 250 +/- 117 para 168 +/- 67, em um período de tratamento de 126 +/- 98 dias. É importante frisar que esta diminuição de 33% , não apresentou estatística significativa e que 10 destes pacientes , isto é 58,8%, estavam sob radioterapia e ou quimioterapia.Obs: Análise estatística realizada com teste t de studant pareado.
Discussão
Existem pelo menos 10.000 espécies de cogumelos, 700, comestíveis, 50 a 200 com propriedades medicinais e 50 espécies venenosas. Seis gêneros de cogumelos são responsáveis por 90% da produção mundial de 1,5 milhões de toneladas / ano: Agaricus, Lentinula, Pleurotus, Auricularia, Volvariella e Flammulina.(2-3)Há centenas de anos tem se atribuído propriedades medicinais aos cogumelos, porém existem poucos estudos sobre os seus efeitos biológicos sobre o sistema imune de seres humanos.No presente trabalho conseguimos demonstrar que o Agaricus sylvaticus possui a propriedade de aumentar o número de células NK em pacientes com câncer e tal efeito biológico foi eficaz em 75% dos pacientes, apesar de mais da metade deles estarem recebendo quimioterapia e ou radioterapia, procedimentos sabidamente imunossupressores das células NK.As células NK destroem as células tumorais de um modo não específico e a quantidade destas células no tecido tumoral , possui valor prognóstico. Ishigami, mostrou em 146 pacientes com carcinoma gástrico que, aqueles com alto conteúdo de células NK infiltrando o tumor apresentavam sobrevida de 5 anos de 78%, índice significantemente superior ao grupo com baixo número de células NK intratumoral.(6)Cosiski, mostrou no câncer cervical, que os pacientes com maior número de células NK no sangue periférico apresentavam melhor prognóstico.(5)
Yamagiwa, notou que o maior o número de células NK , aumenta o efeito antitumoral do tratamento convencional.(11)Tanaka, demonstrou que a IL-18, poderosa citocina imunoestimulante, induz imunidade tumor - específica, mediada pelo aumento do número e da atividade das células NK.(10) È importante lembrar que as células NK são muito susceptíveis às espécies reativas tóxicas de oxigênio, perdendo a sua capacidade de aderir às células cancerosas e consequentemente perdendo a sua citotoxicidade.(9) O álcool suprime a função lítica das células NK por efeito direto e por liberação de glucocorticóide (4) e a cloroquina reduz a síntese de perforinas, componente primordial dos grânulos citotóxicos.(1)Após 1960 pesquisadores japoneses iniciaram investigação sistemática sobre qual substância nos cogumelos era capaz de inibir o crescimento de tumores. Um grande número de moléculas bioativas, foram identificadas sendo a classe dos polissacarídeos considerada a mais potente. Verificaram que maioria dos cogumelos com atividade antitumoral apresentavam em sua composição o Beta 1->3 D glucana, polissacaríde que aumenta o número de células NK e aumenta o número e atividade dos linfócitos T e dos macrófagos.(8)Nosso estudo conseguiu demonstrar que o Agaricus sylvaticus utilizado como suplemento alimentar possui efeito biológico benéfico nos pacientes portadores de neoplasias malignas, aumentando o número de um tipo de células de capital importância no prognóstico do câncer, as células NK.
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Cogumelo do Solagaricus blasei murril
Atualmente, este é um dos cogumelos mais estudados por suas qualidades terapêuticas, no Japão. Seu chá é indicado para o tratamento de várias doenças, inclusive câncer, diabetes, bronquite, úlcera, nefrite e outras.
As indicações são baseadas em depoimentos pessoais, traduções e pesquisas, pois não há ainda um estudo científico detalhado, comprovando a sua eficácia. Algumas pessoas podem sentir os efeitos em poucas semanas enquanto que outros podem levar meses. Isto varia para cada organismo.
Foi descoberto pela primeira vez por um agricultor, Takatoshi Furumoto, em terras brasileiras. Levado para o Japão, essa espécie fez sucesso entre os estudiosos do assunto. Por fatores climáticos, sua produção no Brasil teve grande desenvolvimento e nos tornamos exportadores de cogumelo do sol. A princípio, seu preço era muito alto, mas, desde que começou a ser cultivado na China, barateou bem, em razão da concorrência. O preço dele, desidratado, era de mil reais o quilo. Agora, é de cerca de cem reais, mas como o produto seco rende bastante, o tratamento não sai caro. No Brasil, não há estudos científicos sobre os efeitos do cogumelo do sol. A maioria das publicações é de origem japonesa e chinesa. As únicas instituições que pesquisam sobre tal são o Instituto Biológico Sabio e a Unesp de Botucatu.
Como preparar o chá:
Para cada litro de água, utiliza-se cerca de 30 a 40 g do produto desidratado. Coloque os cogumelos em uma panela, de preferência de vidro ou esmaltada. Sobre eles, despeje um litro de água. Leve ao fogo e deixe ferver por 20 a 30 minutos, até ter-se reduzido a 250 ml. Deixe esfriar, acrescente 8 gotas de limão (para auxiliar a conservação) e guarde em geladeira, pois estragar-se-a se deixado à temperatura ambiente. Tome antes de cada refeição e antes de dormir. Se quiser mais fraco, é só diluir em mais água. Observe as reações do organismo. A maioria delas é normal e mostra que ele está reagindo e purificando-se.
O AGARICUS BLAZEI MURRIL, também conhecido como Cogumelo do Sol, Cogumelo da Vida, Cogumelo de Piedade, entre outras referências, possui mais que o dobro das vitaminas, aminoácidos e sais minerais que a maioria dos cogumelos comestíveis. Há inúmeros trabalhos que foram e estão sendo conduzidos por vários pesquisadores, no Brasil e no exterior, testando os efeitos da utilização do AGARICUS BLAZEI para diversas enfermidades como o CÂNCER, DIABETES e até mesmo a AIDS.

Wednesday, February 23, 2005

Corpo de Mulher , Sabedoria de Mulher

livro


Christiane Northrup é médica ginecologista-obstetra e trabalhou na Dartmouth Medical School e no Tufts New England Medical Center antes de co-fundar o centro de saúde Women to Women em Yarmouth, Maine, que se tornou num modelo para as clinicas de mulheres nos EUA. Foi Presidente da American Holistic Medical Association e é actualmente Professora Assistente de Ginecologia- Obstetricia no college of Medicine da Universidade de Vermont.
Através da sua experiência cliníca, a Drªa Northrup apercebeu-se de como as circunstâncias, emoções e comportamentos negativos se manifestam muitas vezes no nosso corpo sob a forma de doenças e dores. Neste livro, apresenta-nos uma perspectiva holística da saúde das mulheres e analisa de forma exaustiva todas as áreas do corpo feminino, explicando a forma como podem ser afectadas pelo estado emocional e espiritual da mulher, os problemas potenciais que podem originar e os tratamentos possíveis.
Corpo de Mulher, Sabedoria de Mulher demonstra que, quando as mulheres alteram os comportamentos e circustâncias das suas vidas que lhes provocam problemas de saúde, curam-se mais rapidamente, mais completamente e com muito menos necessidade de intervenção médica.
Christiane Northrup fornece-nos também informações vitais sobre as melhores técnicas da medicina ocidental e das terapias alternativas incorporando-as num todo que se complementa.
Texto retirado do livro
Livro com 736 pag.
Preço : cerca de 25 euros

Sunday, February 13, 2005

Educar para o Optimismo

livro


“Falta-nos cada vez mais oxigénio para aguentarmos os nossos mergulhos diários na vida. Escassas são as coisas que nos sabem bem, raramente nos debruçamos sobre o bom e o positivo da vida, pouco partilhamos as vitórias. Essas parecem não chamar hoje a atenção de ninguém, não terem impacte nem venda. Basta repararmos nas mensagens que nos chegam da comunicação social para vermos infinitas razões para desânimo.
Se não andarmos felizes, como poderemos transmitir e ensinar aos outros alegria e vontade de viver? Como conseguiremos acreditar, e levar os outros a acreditar, que o que aí vem, no futuro, será melhor? De que forma passaremos a ideia de que é bom crescer e vale a pena ser adulto?
Por tudo isto nós professores e pais, sentimos interiormente a necessidade de iniciar uma nova era em que se respire positividade e êxito, se construam e se partilhem histórias bem conseguidas, e se criem maneiras de cada um se embrenhar nos pequenos-grandes sucessos de cada dia ao mesmo ritmo compulsivo com que hoje se afunda nas impossibilidades.
Mais do que um destino, o optimismo é uma doce e entusiasmada forma de viagem. Pelo optimismo podemos chegar a uma maior vontade de viver, a uma melhor saúde, e a maior estabilidade emocional. “
– frases retiradas do livro supra -
Tenho este tema muito a peito.
Venho de uma família dita “normalissima” e fui educada como os meus pais souberam fazê-lo. Fizeram um bom trabalho acho eu. Todavia sou de uma geração em que mal se sabia o que era liberdade, quanto mais “psicologia positiva”! Penso que nos faltou – a muitos – uma sincera vontade de transmitir aos filhos o quanto a vida pode ser boa. Simplesmente não nos ensinaram a ser felizes.
Que vale realmente a pena acreditar, ajudar, investir, dar. O fio de prumo da educação de hoje é tão constrangedor! “ Não mexas aí!” “ Está quieto!”. Para além disso as crianças já não correm ou brincam à porta de casa e andam de mão dada bem apertadinha de casa para a escola e da escola para casa. A entrega, o risco, cair e levantar-se de novo, aprender. A televisão – A Televisão!- a competitividade, o stress, um sistema com o qual nós pais nem concordamos, não nos ajudam a transmitir penso eu um conceito positivo da vida. No fundo, o conceito de ser feliz. Apenas a obrigação, a gestão da dor – “não se chora”, “não lhes dês parte fraca”... – a responsabilidade, o cumprimento, as regras.
E o resto ? A nossa parte humana, que é o melhor que temos? O soltar uma gargalhada – hoje quase inconveniente-, a dedicação quando se pergunta a alguém como vai sem ser apenas por hábito, olhar nos olhos os outros, enfrentar os medos, exorcizar os nossos fantasminhas. Correr o risco de ser frontal. Não se render ao sistema. Ser combativo, sem ser conflituoso, com confiança. E sobretudo ser feliz por dentro sem resgatar a felicidade na compra do último telemóvel, no carro de última geração, na casa para mostrar aos amigos e por aí fora. Assusta-me o vazio desta última geração. Sem objectivos. Sem lutas ou princípios por que lutar. Apenas um relativo conforto material.
A deixar alguma coisa ao meu filho, gostaria de lhe deixar isso: o valor de uma qualidade de vida interiormente forte. Uma atitude. Um conceito positivo da vida e dos outros.
Como fazê-lo?
Este livro é um bom contributo. Desde logo porque fala nisso. Não é básico mas é muitíssimo acessível. Não tem receitas mágicas mas pequenos truques e exercícios que nos fazem reflectir e adoptar passo a passo uma atitude diferente. Basta às vezes ao virar costas ao nosso filho na escola, piscarmos o olho e pormos o polegar bem levantado para cima em sinal de “boa sorte”, “força”, “és um valente”!
Kristosha

Wednesday, February 09, 2005

Como explicar a morte a uma criança....

Livro


Gostaria de partilhar convosco este texto. Vem apenso a um pequeno livro da colecção Nathan chamado “ O passarinho do Júlio morreu”. Independentemente das opções que todos tomamos na educação dos nossos filhos, intuitivamente ou conscientemente, penso que nos fará bem. A vida mais tarde ou mais cedo vai surpreender-nos por estes acontecimentos. Amamos os nossos filhos, por isso, vamos dotar-nos de todos os meios para os apoiar, ajudar, a enfrentar a vida e, a morte.
Trata-se de uma tradução livre – muito livre – do texto original, em francês.
Cristina
Edwige Antier- Colecção Nathan – Nº 18 – “ O passarinho do Júlio morreu “ Livrinho dos pais.
Como contar esta história ao seu filho?
Com este livro trata-se menos de falar da morte ao seu filho, do que o seu filho falar consigo do assunto. Então, conhecerá as suas ideias, o que pensa sobre o tema. Falar da morte às crianças, é sempre difícil. Ainda mais nos dias de hoje, em que a morte é escondida de todos. Por exemplo, a morte acontece, já, raramente em casa. É normalmente pela morte de um animal de estimação que os nossos filhos são confrontados com as questões fundamentais sobre o fim da vida. Pensar que se deve calar o sofrimento e angústia, é deixar a criança só perante todas essas questões. Ora, todas as crianças se interessam pela morte. Como percebem o nosso próprio incómodo, preferem não falar sobre o assunto para não nos entristecer. Respondem então eles próprios às questões, de maneira muito mais angustiante do que uma história partilhada.
A partir de que idade podemos falar da morte a uma criança?
Desde os 3 anos as crianças são curiosas sobre assuntos que dizem respeito à vida e à morte. Entre os 3 e os 6 anos, a criança representa mortos nos seus desenhos. Coloca-os num túmulo, deitados, desenha uma cruz ou rabisca fantasmas. E tenta compreender: “ O que acontece depois de morrermos? “
Se brincar ao morto, devemos impedi-lo?
Quando o seu filho corre atrás de si dizendo: “ Eu mato-te, Estás morto (a)!”; quando ele “provoca” a morte do seu irmão ou irmãzinha, que se deita e não se mexe mais... ele acha então normalíssimo levantar-se de repente e estar tudo bem! Da mesma maneira, na televisão, ele acha normal o seu herói morto na véspera aparecer de novo no dia seguinte. Porque até aos 5 anos, a criança pensa que a morte é reversível. Portanto, quando brinca, não acha o nexo de causalidade entre o nosso sofrimento e a carácter definitivo da morte. Você pode perfeitamente deixar a sua criança brincar ao morto, desde que você como pai permaneça na realidade: “Não gosto fazer de morto! Ainda bem que é só um jogo e é a fingir!».
Devemos falar da morte antes que a criança seja confrontada com ela? Será que não corremos o risco de a assustar?
Bem antes da morte de um familiar ou de um animal de estimação, a criança interiorizou a ideia do desaparecimento. Quando ele tem 8 ou 9 meses e que você se afasta do seu campo de visão, enquanto ele está em plena angústia de separação, para ele é como se você tivesse desaparecido definitivamente, como se não voltasse. Ele encara portanto desde cedo a ideia da perda. Mas mais do que falar da morte a uma criança, mais vale ouvir as suas dúvidas. Por exemplo, perante a morte de um passarinho, ficaria surpreendido das questões que ele coloca sobre o animal que perdeu o seu amigo e do qual ele nunca vos falou. Não o assustará desde que o deixe falar e desde que assuma desde logo o grande mistério que reveste o desaparecimento de uma pessoa chegada.
Como aliviar as suas angústias relativamente à morte?
Deve compreender e aceitar que a criança não tem medo da sua própria morte, mas da sua, da dos pais. Porque ele tem medo como uma personagem de conto de ficar só na floresta, de ficar sozinho na vida. Que será dele se os pais morrem? Assim, é antes de mais a sua morte que ele teme. Pode observar-se tal fenómeno nas crianças atingidas por doenças graves: o seu maior sofrimento é o desaparecimento dos pais. Se o pai ou a mãe estiverem junto deles, segurando-lhe a mão, ele não teme a sua morte.
Como reagir perante as várias reacções da criança?
Quando a criança coloca de forma repetida questões sobre a morte, saiba então que ele manifesta inquietação perante a eventual morte dos pais. É por isso que a religião previa a escolha de padrinhos que estariam presentes e capazes de substituir os pais em caso de necessidade. É importante. A criança deve saber que tratarão dela se os pais faltarem. Da mesma forma que você precisa de saber quais as providencias tomadas pelos seu cônjuge se por exemplo viajar com frequência, sem todavia ser pessimista. Da mesma forma, não é porque você explica ao seu filho quem a/o substituirá em caso de... que ele assumirá a sua morte como provável. Pelo contrário, é muitas vezes após a concretização destas dúvidas, que a criança deixa de fazer perguntas e sacia a sua curiosidade: “ Mas claro, eu prefiro ficar com os meus pais e não há nenhuma razão para morrerem ».Em contrapartida, evite as respostas do tipo: Nós não estamos doentes, não somos velhos », pois a criança saberá que se pode morrer de acidente;
Deve explicar-se os diferentes tipos de morte?
Mesmo quando admite directamente perante a criança que uma pessoa próxima morreu é quanto à causa da morte que se instalam os subterfúgios. Quando se trata de um idoso, é em geral simples admitir que morreu de velhice, que estava no fim da sua vida. Mas tratando-se de uma pessoa jovem , é bem mais difícil qualquer tipo de explicação. Quando os motivos médicos da morte são mal explicados às crianças ele pode eventualmente sentir-se culpado da morte de uma pessoa próxima. Se se explicar de forma mais cientifica, tal e qual como explicaram os médicos, a criança compreende melhor e sente-se respeitado pelas explicações que lhe está a dar. Mas a morte mais difícil, é a morte por suicídio ou overdose. A verdade é aí extraordinariamente difícil para os pais, que tendem então a escondê-la. E porém, as consultas com as crianças demonstram que eles adivinham que um drama inaceitável, indizível, paira à volta dessa morte e o silencio acarreta uma culpabilidade terrivelmente pesada para a criança. Dever-se-á tentar ir passo a passo até conseguir esclarecer toda a verdade. Mas claro, com as suas palavras, ao vosso ritmo, quando você próprio se sentir preparado/a, recorrendo se necessário à ajuda de um psicólogo, porque tais dramas requerem antes de mais um apoio dos pais.
Como ajudar a criança a fazer o luto de uma pessoa próxima, de um animal?
A família tende frequentemente a mentir: “ Ele partiu, está de férias, foi para o estrangeiro...» ou para um animal « O passarinho fugiu, , o gato fugiu...». Mas a criança não se deixa enganar e adivinha que lhe mentem: nada é pior que se sentir traído, sobre questões séria e graves, por pessoas tão confiáveis quanto os seus pais. Todas as observações que dizem respeito a lutos acompanhadas de mentiras, mostram que a criança corre o risco de perder posteriormente pontos de referência e desenvolver uma certa tendência para a confabulação que pode eventualmente persistir durante toda a sua vida. Os familiares bem intencionados, mentem à criança com o objectivo de a proteger da dor. Todavia a criança adivinha o que aconteceu, com a inteligência sensitiva própria das crianças pequenas. Mas é-lhe imediatamente interdito de partilhar e confidenciar o seu pesar, pois teoricamente ela não sabe que alguém morreu. Assim, é basicamente dizendo a verdade, que ajudará o seu filho a fazer o luto.
Como anunciar a morte?
Nesta história , a mãe explica de imediato ao Júlio que o passarinho morreu. Ela tem razão em não sustentar inutilmente a esperança. Há todavia que dar tempo à criança de se consciencializar suavemente, mas dentro da pura verdade. E, ter a sua mãe presente num momento tão difícil, é fundamental. Tendemos por vezes a utilizar expressões como “ Ele adormeceu”, “ Ele desapareceu”, que são bem mais angustiantes para as crianças. Será que quer dizer que quando adormece, ou quando você se ausenta, ele pode morrer também ( ou você )?
Que fazer se os próprios pais não conseguem esconder a sua tristeza?
È indispensável partilhar o seu pesar com a criança. Vai assim ajudá-la a libertar-se de emoções e a sentir-se compreendida e acompanhada na sua tristeza. Querer aparecer indiferente e forte seria dar uma ideia incorrecta dos sentimentos que podem sentir os adultos. Em contrapartida, se o desaparecimento de um familiar o deixa prolongadamente submerso numa tristeza crónica, isto é depressão, não deve arrastar a criança nessa espiral, mas sim consultar um psicoterapeuta que o ajudará a ultrapassar a provação.
A criança deve assistir ao enterro?
Antigamente, quando os seres humanos morriam em casa, as crianças participavam no velório. Hoje, 75% das pessoas morre no hospital. O desaparecimento de um familiar para ainda mais misterioso. Temos por vezes a impressão que não fazendo as crianças participar no enterro, vamos protegê-las de coisas tristes. Mas, pelo contrário, todos esses rituais foram organizados pelos humanos para se sentir acompanhados e realizarem a morte do ente querido através da compaixão e dos discursos, acompanhamento ao cemitério e enterro. Até que ponto deve a criança acompanhar a cerimónia? Os pais são as melhores pessoas para ajuizar disso, segundo a idade e a sua própria sensibilidade, quais os momentos da cerimónia partilharão com a criança. Se não fizer a criança participar nas cerimónias, será uma espécie de negação da morte, que permanecerá um mistério impossível de solucionar. È por isto que se sabe, hoje em dia, que a participação da criança o ajudará a melhor fazer o seu luto e compreender o que são os ciclos da vida.

Monday, February 07, 2005

Inspirada por uma sugestão de uma amiga, que me enviou um artigo, resolvi criar outro blog . Este com artigos e opiniões que ache interessantes .